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DISCOGRAFIA

 

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PINDORAMA
1986

01 Pindorama (Ayres, Sion, Bellinati, Stroeter, Wyatt) – 05:15

02 Alakãi (Hermeto Paschoal) – 03:00

03 Lundu (Paulo Bellinati) – 06:07

04 Modinha (Paulo Bellinati) – 04:35

05 Fogo no Baile (Nelson Ayres) – 07:11

06 Dança (Martelo) da Bachianas Brasileiras nº 5 (Heitor Villa-Lobos) – 04:26

07 Só por Amor (Baden Powell/Vinícius de Moraes) – 03:35

08 Bye Bye Brasil (Roberto Menescal/Chico Buarque) – 03:36

FORMAÇÃO

Nelson Ayres – piano e teclados

Rodolfo Stroeter –  baixo elétrico e baixo acústico

Paulo Bellinati – violão e guitarra

Roberto Sion – flauta e saxofones

Bob Wyatt – bateria

 FICHA TÉCNICA

Na faixa Alakãi – participações especiais de Hermeto Paschoal (teclado) e Marlui Miranda (percussão e vozes)

 

Na faixa Lundu – participações especiais de Dirceu Medeiros (berimbau e percussão), Oswaldinho da Cuíca (congas) e Ubaldo (agogô e surdo)

 

Direção de produção – Pau Brasil

Projeto visual – Elifas Andreato

Arte final e coordenação gráfica – Arte Ofício / Alexandre Huzak

Foto dos músicos – Alexandre Sardá

Arranjos – Pau Brasil

Técnicos de gravação: Zé Cafi, Getúlio e Paulo Jurozo

Mixagem – Vicente Salvia e Rodolfo Stroeter no estúdio Cardan

Ilustrações do encarte do LP – Nássara

Texto do encarte do LP – Edgard Poças

Montagem – Roberto Ramos

 

Disco originalmente lançado pela gravadora Copacabana.

Idealizador do programático Pindorama, Rodolfo Stroeter ressalta o papel desse álbum na evolução do grupo. “Este disco é importante porque já traz um pensamento sobre a música brasileira. No repertório, tem Villa-Lobos, Chico Buarque, Baden Powell, Hermeto Pascoal”, comenta o baixista. “Pindorama trouxe ao Pau Brasil uma personalidade mais clara. Ao se aproximar de uma ideia mais coletiva, o grupo foi se amalgamando”.

 

“A gente ensaiou muito para fazer esse disco”, comenta Nelson Ayres, lembrando que a versão final de “Fogo no Baile”, o contagiante baião de sua autoria, demorou meses para ser aprovada. “Tínhamos uma parte pronta, mas não sabíamos como continuar. Foi na base da tentativa e erro”. Hermeto Pascoal, que faz uma divertida participação vocal nessa faixa, também compôs “Alakãi” para esse disco, a pedido do grupo.

 

Em uma gravação como a de Dança (Martelo), das “Bachianas Brasileiras nº 5”, de Heitor Villa-Lobos, mesmo quem teve a oportunidade de acompanhar os shows e discos do Pau Brasil, na década de 1980, hoje pode estranhar um pouco o uso dos instrumentos eletrônicos – largamente utilizados na música instrumental e no jazz daquela época, é bom lembrar.

 

“O Pau Brasil evoluiu junto com a amplificação sonora”, explica Paulo Bellinati. “Era difícil fazer uma música muito brasileira com uma instrumentação tão elétrica como a daquela época, com violão Ovation, baixo Fender, teclado DX7 e outras coisas que a gente usava. Era muito Los Angeles sound. O Brasil ficou bem mais próximo com piano, violão e baixo acústico”.

 

Sugerida por Azael Rodrigues, pouco antes de sair do grupo, a releitura de “Bye Bye Brasil”, popular canção de Chico Buarque, tornou-se uma das favoritas das plateias, nos shows. “Tive a ideia de fazer o arranjo como se fosse um trenzinho, com um ostinato que dura a música inteira”, esclarece Nelson Ayres.

 

Inventiva também é a gravação de “Lundu”, de Bellinati. “Foi um laboratório de sons. Ficou quase uma trilha sonora, bem descritiva”, define o compositor, contando que o grupo levou correntes, chicotes e outros objetos incomuns para o estúdio, com os quais produziu os ruídos que aludem às violências praticadas contra os escravos.

 

 “Pindorama”, a faixa inicial, foi concebida no próprio estúdio. “Decidimos fazer um tema para abrir o disco. Alguém sugeriu uma frase ascendente, sem pensar em harmonia ainda. Outra pessoa respondeu aquela frase, e então fizemos uma ponte. Foi uma criação coletiva”, relembra Roberto Sion.Já o encarte incluído no LP, que Stroeter encomendou ao músico e professor Edgard Poças, deixou muitos fãs do grupo sem entender seu significado. Ilustrado com desenhos do caricaturista Nássara, trazia uma espécie de colagem com trechos de letras de marchinhas carnavalescas. “Ficou engraçado, porque o encarte não tinha informação alguma sobre as gravações. Sinceramente, não sei bem por que fizemos esse encarte. Era uma ideia com uma certa anarquia criativa”, comenta o baixista.

USABrazil