01 Azas nos Ayres (Azael Rodrigues/Nelson Ayres) – 04:28
02 Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso) – 09:30
03 Europa (Roberto Sion) – 01:42
04 Frevo do Pastochia (Paulo Bellinati) – 02:32
05 Jongo (Paulo Bellinati) – 05:21
06 Pau Brasil (Nelson Ayres) – 06:07
FORMAÇÃO
Nelson Ayres – piano e piano elétrico
Rodolfo Stroeter – baixo elétrico fretless e baixo acústico
Paulo Bellinati – violão, guitarra e cavaquinho
Roberto Sion – saxofones e flauta
Azael Rodrigues – bateria
FICHA TÉCNICA
Gravado em março de 1983, no Estúdio Interson – São Paulo
Técnico de gravação – Renaldo Maziero
Técnico de mixagem – Roberto Marques
Produção executiva – Azael Rodrigues
Foto dos músicos – Paulo Vasconcelos
Foto da capa – Meca
Capa – Odir Grecco
Disco originalmente lançado pela gravadora Continental.
Gravado para o selo Lira Paulistana a convite do produtor Wilson “Gordo” Souto Jr., com produção executiva do baterista Azael Rodrigues, o álbum de estreia do Pau Brasil já indicava sua intenção de desenvolver um repertório autoral e de essência brasileira.
O arranjo de Nelson Ayres para “Na Baixa do Sapateiro”, clássico samba de Ary Barroso, foi pioneiro nessa busca do grupo por mais brasilidade. “Esse arranjo nasceu para uma apresentação em duo com o Hector Costita, no Festival de Inverno de Campos de Jordão, em 1981. Eu o escrevi lá mesmo durante o festival”, recorda o pianista.
“‘Na Baixa do Sapateiro’ é um dos arranjos que costumamos usar até hoje para mostrar como se dá a criação coletiva no grupo, em master classes. Aliás, a interação entre os músicos do Pau Brasil é muito maior agora do que na época dessa primeira gravação. Hoje tocamos de maneira bem mais livre”, compara Rodolfo Stroeter.
“Azas nos Ayres”, parceria de Ayres com Rodrigues, foi a primeira composição feita especialmente para o grupo. “Em busca de personalidade para a banda, compus a melodia no vibrafone, com base no bebop, usando o samba como matriz. Para a parte B, pensei em uma estrutura rítmica bem sincopada, de samba com pitadas de rock, e convidei o Nelson para escrever a harmonia”, conta o baterista. “Adotei uma prática do Charlie “Bird” Parker: por se tratar de uma parceria, ‘Azas nos Ayres’ faz menção aos nossos nomes, no título”.
“Jongo”, composição de Paulo Bellinati tocada até hoje nos shows do grupo, era uma peça escrita para violão, originalmente, que foi adaptada para o quinteto, assim como “O Frevo do Pastóchia”, também de Bellinati. “Levamos um tempo para assimilar o material composicional do Paulo, porque era bem diferente do repertório mais jazzístico que vínhamos tocando até então”, comenta Stroeter.
“Europa”, emotiva balada de Roberto Sion, nasceu durante a primeira turnê do grupo pelo velho continente, em 1982. “Fiz esse tema pensando na terra em que minha mãe nasceu”, conta o saxofonista. Criada durante os ensaios para o álbum, a faixa “Pau Brasil” (Nelson Ayres), que o encerra, não teve a mesma sorte de outras composições dessa safra: após essa época deixou de ser tocada pelo grupo.