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DISCOGRAFIA

 

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BABEL
1995

01 Fábula (Rodolfo Stroeter/Lelo Nazario) – 06:24

02 3 Segredos (Lelo Nazario/Zé Eduardo Nazario) – 08:48

03 Olho d’Água (Marlui Miranda) – 03:00

04 Babel (Rodolfo Stroeter/Lelo Nazario) – 05:47

05 Uluri (Marlui Miranda) – 03:38

06 Cordilheira (Nenê) – 08:20

07 Tocaia (Z. E. Nazario, Stroeter, Nazario, Miranda, Cardoso) – 02:13

08 Festa na Rua (Rodolfo Stroeter/Lelo Nazario) – 05:59


FORMAÇÃO

Nelson Ayres – piano, fender rhodes e teclados

Rodolfo Stroeter – baixo elétrico e baixo acústico

Paulo Bellinati – violão, violão de aço e violão elétrico

Teco Cardoso – saxofones, flautas e pífano

Ricardo Mosca – bateria

FICHA TÉCNICA

Gravado e mixado no Rainbow Studio em Oslo, Noruega em dezembro/1993.

Produzido por Rodolfo Stroeter

Produção executiva – Kiki Felipe

Assistente de produção – Maria Elisa Rocha

Assessoria jurídica – Luciana Freire Rangel

Engenheiro de gravação e mixagem – Jan Erik Kongshaug

Masterização – Marterhuset – Oslo, Noruega

Foto – Gal Oppido

Design gráfico – Red Herring Design / Marcílio Godoi

Disco originalmente lançado pela gravadora Pau Brasil Music.

Gravado em dezembro de 1993, no Rainbow Studio, em Oslo, o álbum Babel foi produzido logo após a turnê que o grupo realizara, no mês anterior, pela Europa. “O repertório desse disco já estava bem ‘rodado’, quando chegamos à Noruega. Antes da gravação ainda fizemos dois shows, em um festival no Cosmopolite, em Oslo”, relembra Rodolfo Stroeter. “Como já conhecíamos o estúdio, esse disco foi gravado de maneira mais rápida ainda do que o Metrópolis Tropical. Babel é um disco gravado praticamente ao vivo, com pouca coisa consertada ou inventada no estúdio”.

 

A participação da cantora e instrumentista Marlui Miranda, já mais ambientada no grupo, cresceu bastante nesse trabalho. “Babel é um disco de estúdio, com material mais fechado. Com a Marlui, que trouxe a música indígena para o Pau Brasil, a mistura de linguagens diferentes aumentou mais ainda nessa gravação. Ficou mesmo uma babel”, comenta o tecladista Lelo Nazario.

 

“Quando gravamos esse disco, a nova formação do grupo já estava mais madura. A Marlui levou para o Pau Brasil um interesse que ainda não tínhamos, na época do Lá Vem a Tribo, quando tocávamos com uma formação típica de músicos brasileiros de jazz”, analisa Stroeter, que aprofundou sua parceria com Nazario, nas faixas “Fábula”, “Babel” e “Festa na Rua”.  “A Marlui é uma musicista muito intuitiva. Já produzi trabalhos de muitas cantoras, mas ela é a mais surpreendente. Ela surge com ideias inusitadas, que nem sabe explicar direito de onde trouxe”.

 

Autora das composições “Olho d’Água”, “Uluri” e da coletiva “Tocaia”, além do arranjo de “Kã Kã” (música dos índios Urubu-Kaapor), Marlui chama atenção para o método de criação coletiva do Pau Brasil. “Todos tiveram participação nesses arranjos, porque o jeito do grupo conceber os arranjos é assim mesmo: tudo junto. Eu trouxe uma forma para algumas coisas e, claro, eles deram seu toque pessoal e nós chegamos a uma conclusão”, credita a compositora e cantora.

 

Em “Três Segredos”, composição que fez em parceria com o baterista Zé Eduardo, seu irmão Lelo Nazario utilizou um recurso composicional emprestado da música contemporânea, que ele já exercitara na época do Grupo Um. “Essa música parece estar suspensa no espaço, porque você não consegue definir qual é o tempo dela”, comenta o tecladista, explicando como isso acontece. “Você faz a composição sem usar uma fórmula de compasso definido, fazendo a notação de uma maneira proporcional. Depois que o grupo a toca bastante, aquele tempo fica natural para todos. Porém, se você tentar escrever a partitura, nunca vai sair igual”.

 

A demora no lançamento do CD Babel, que só aconteceu em 1995, é justificada por Stroeter, produtor do álbum, pelo fato de seu trabalho para o selo Pau Brasil ser feito de forma bastante artesanal. “Naquela época não tínhamos lei de incentivo ou algo assim. O dinheiro para executar as várias fases da produção dos discos demorava a entrar”, justifica. Por outro lado, Babel já chegou ao mercado, ao mesmo tempo, na Europa, pela gravadora ACT, e nos EUA, pela Blue Jackel.

 

 “Como o Ihu – Todos os Sons, disco da Marlui Miranda que também produzi, já estava circulando no exterior, onde alcançou um nicho muito interessante, consegui negociar o catálogo da Pau Brasil Music, inclusive o Babel. Isso foi muito legal para o grupo, porque abriu as portas do mercado nos Estados Unidos e na Europa, em termos de turnê. Tanto é que o Babel chegou a ser pré-indicado ao Grammy norte-americano”, observa o produtor e baixista.

 

Mesmo consciente de que sua ênfase na atividade de produtor, a partir de 1994, contribuiu para que o investimento na carreira do grupo diminuísse, Stroeter lamenta essa interrupção. “Embora o Babel seja um disco muito maduro, eu acho que o grupo tinha um grande potencial para fazer outras coisas. Eu só me ressinto de o Pau Brasil não ter tido a oportunidade de fazer mais dois ou três trabalhos que poderiam determinar o fim do ciclo criativo dessa formação. Foi uma pena”.   

USABrazil