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DISCOGRAFIA

 

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‘2005
2005

01 Jongo (Paulo Bellinati) – 06:01

02 Bye Bye Brasil (Roberto Menescal/Chico Buarque) – 03:40

03 Pulo do Gato (Paulo Bellinati) – 08:00

04 Ciranda (Rodolfo Stroeter/Paulo Bellinati) – 05:36

05 Fogo no Baile (Nelson Ayres) – 06:51

06 Bachianas Brasileiras nº 5 Ária da Cantilena (Heitor Villa-Lobos) – 06:25

07 Bachianas Brasileiras nº 5 Dança/Martelo (Heitor Villa-Lobos) – 04:21

08 Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso) – 10:31

 

FORMAÇÃO

Nelson Ayres – piano, fender rhodes e teclados

Rodolfo Stroeter – baixo elétrico e baixo acústico

Paulo Bellinati – violão, violão de aço e violão elétrico

Teco Cardoso – saxofones, flautas e pífano

Ricardo Mosca – bateria

FICHA TÉCNICA

Gravado no estúdio Mosh, São Paulo em junho/2005.

Produzido por Rodolfo Stroeter

Produção musical – Pau Brasil

Produção executiva – Andrea Brandi

Engenheiro de gravação – Alberto Ranellucci

Assistente de gravação – Bambam

Mixado originalmente por Gabriel Pinheiro no estúdio Biscoito Fino (Rio de Janeiro) em junho/2005

Remixado por Jan Erik Kongshaug no Rainbow Studio em Oslo, Noruega em janeiro/2012

Direção de arte e projeto gráfico – Marcílio Godoi

Montagem e tratamento de imagens – Memo Editorial

Foto – Marcílio Godoi

Depois de um longo hiato, seguido por shows esparsos a partir de 2002, o Pau Brasil voltou a entrar em estúdio, em junho de 2005, para produzir seu oitavo álbum, pela gravadora Biscoito Fino. O descontraído revival do grupo, com Nelson Ayres, Rodolfo Stroeter, Paulo Bellinati e Teco Cardoso, veio acompanhado por um novo integrante: Ricardo Mosca, que na época já era conhecido como baterista do Mani Padme Trio, revelação da cena instrumental de São Paulo.

 

“Ao entrar no Pau Brasil, fiquei surpreso pela liberdade criativa que me foi concedida”, conta Mosca, ressaltando que tinha uma expectativa literalmente oposta. “Num grupo que contou com os maiores nomes da bateria brasileira, como Azael Rodrigues, Zé Eduardo Nazario e Nenê, o que eu esperava é que eles quisessem que eu tocasse da mesma forma ou com a mesma linguagem desses grandes mestres, mas não foi assim. Eles me deram liberdade total para que eu colocasse a minha personalidade na música do grupo”.

 

Stroeter lembra que conheceu Mosca, e gostou de sua maneira de tocar, na mesma época que Nelson Ayres. “Já sabíamos, meio intuitivamente, que ele era um cara que poderia colaborar bastante com o grupo. O Mosca não é só um baterista; é um colaborador criativo o tempo inteiro”, observa o contrabaixista, ressaltando que os conhecimentos técnicos do parceiro, na área de áudio, são muito valiosos para o quinteto. “Um baterista que apenas se limitasse a tocar os arranjos não funcionaria. Um grupo como o Pau Brasil tem que soar mais coletivo do que isso”.

 

O álbum 2005 é definido por Stroeter, seu produtor, como “uma espécie de prestação de contas com o repertório dessa formação do grupo”. Exceto por “Pulo do Gato” (de Bellinati) e “Ciranda” (de Stroeter e Bellinati), composições até gravadas pelo quinteto, na década de 90, mas que não chegaram a entrar nos discos, ou ainda com exceção da Ária da Cantilena das “Bachianas Brasileiras nº 5” (de Villa-Lobos), as cinco composições restantes foram extraídas dos primeiros álbuns do Pau Brasil. Entre elas estão releituras de algumas favoritas do público, como “Fogo no Baile” (de Ayres), “Jongo” (de Bellinati) e o arranjo de “Bye Bye Brasil” (de Roberto Menescal e Chico Buarque).

 

Bellinati ainda se diverte ao lembrar que levou para o estúdio a mesma guitarra Gibson que usara nas gravações iniciais do quinteto. Assim que ouviu o primeiro acorde, Stroeter não pensou duas vezes para interrompê-lo: “Pode parar, Paulinho. Com essa guitarra não vai dar”. Claro que Bellinati concordou com a observação do parceiro: a sonoridade do Pau Brasil já não era nem poderia ser a mesma dos anos 1980.Três décadas após sua fundação, o Pau Brasil vive uma de suas fases mais produtivas. Em fevereiro de 2012 lançou, com uma temporada de shows no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, o álbum Villa-Lobos Superstar, com originais releituras de composições desse grande compositor brasileiro.

 

 “Esse disco foi tão bem sucedido, que despertou a ideia de gravarmos uma série com obras do Villa-Lobos, na visão do Pau Brasil. Eu gostaria de fazer pelo menos mais dois discos, com formações diferentes”, revela Stroeter. Outra gravação que deve chegar em breve ao mercado é o Concerto Antropofágico, composição coletiva do grupo, gravada ao vivo com a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e a cantora Mônica Salmaso, em 2008.

 

Tocando há sete anos com o Pau Brasil, Ricardo Mosca, o membro mais jovem do quinteto, comenta que, nos vários grupos dos quais participou, nunca viu antes o coletivo imperar tanto sobre os indivíduos. “O Pau Brasil é, antes de tudo, uma família. No meio artístico, onde os egos costumam sobressair, os integrantes do grupo são grandes pessoas. O lado humano supera de longe qualquer sombra de ego que tente aparecer”.

 

Hoje, maduro, mais coeso e experiente, o quinteto paulistano segue perseguindo o horizonte que tem marcado sua trajetória musical nas últimas três décadas. Rodolfo Stroeter, o único músico presente em todas as formações, sintetiza muito bem seu espírito: “Como grupo, o Pau Brasil busca uma utopia musical do Brasil. Na verdade, esse Brasil ainda não existe, mas a gente quer que ele exista”.

USABrazil